Repensando...

Ao ser convidada a refazer a atividade que comentei anteriormente, fui reler o texto da autora. Achei muito interessante, parece que passei a perceber aspectos que eu não havia percebido na leitura anterior. É como se o espírito do dia interferisse no aprofundamento da compreensão que temos com o que interagimos. A análise que a autora faz de como se constrói a aprendizagem dos alunos jovens e adultos relacionando com o psiquismo. Depende de uma complexa interação que ocorre em quatro planos: filogênese, sociogênese, ontogênese e microgênese.

E aí educadores?

Ao ler o texto de Regina Hara sobre a alfabetização de adultos, aumentou ainda mais a minha angústia. Percebo o quão pouco conseguimos fazer na escola frente a toda demanda que se impõe à educação. Não quero com isso criticar meus colegas educadores, mas me questionar a respeito do que consigo fazer frente a realidade destes adultos que buscam a escola numa luta diária contra o cansaço, contra a exclusão que a sociedade tenta lhes impor. Muitos deles já tiveram que desistir da escola por várias vezes, a vida cobrou deles necessidades mais urgentes...
O professor precisa mais do que nunca ser capaz de compreender o lugar que seu aluno ocupa na sociedade e ser capaz de oferecer mais do que informações, mas novas perspectivas de vida!

Reproduzindo o sistema...

Ao realizar a atividade de didática refletindo sobre a fragmentação do currículo escolar me senti muito angustiada. A escola, espaço de reconstrução da sociedade é um espaço que acaba sendo dominado pelo sistema de mercado, pela filosofia econômica vigente e nós professores, sem nos darmos conta, acabamos sempre reproduzindo o sistema.
Me senti muito angustiada ao me dar conta do quanto me preocupo com a disciplina dos meus alunos, afinal o que pretendo: formar trabalhadores dóceis e obedientes??

Falando, lendo, escrevendo...

É nessa ordem que as aprendizagens costumam acontecer em nossas vidas. Pelo que eu me lembre, foi assim comigo!!
O primeiro texto que lemos para a atividade de Linguagem e Educação me fez pensar sobre isso. Principalmente porque na minha escola está acontecendo um projeto chamado "Mais Educação", que atende os alunos de segundo ano no contraturno, com o objetivo de colaborar com a aprendizagem e a alfabetização desses alunos. Mas o que se espera de um aluno alfabetizado?? E essa pergunta é muito interessante! Conversei com as professoras das turmas e elas me disseram que o aluno alfabetizado lê e escreve. E aí?? De acordo com o texto que li e com o que acredito, espero que mais do que isso, o aluno alfabetizado leia, escreva e entenda o que lê ou escreve. E isso acontece??? Segundo a terminologia usada pelas autoras, esse seria um aluno "letrado". É o que atualmente se espera de um aluno, tendo em vista a demanda que a sociedade impõe, com tanta informação escrita presente na vida cotidiana das pessoas, não basta ler, escrever, é preciso compreender!!!!

Vamos fazer do limão uma limonada?

Foi com esta "provocação" que a professora me fez reagir. Obrigada! Existem muitos espaços de encontro em que nós professores nos sentamos a desfiar nossas angústias e tristezas. Não discordo da necessidade que sentimos de exteriorizar nossas frustrações,...mas não podemos parar por aí. A vida real nem sempre é um conto de fadas, e aí, o que podemos fazer a partir da realidade que se apresenta? O que podemos construir com nossos alunos a partir da realidade deles? É aí que realmente colocamos todo nosso conhecimento e talento em prova. A aprendizagem não está baseada em um "modelo", como a física e a matemática, que costumam explicar suas situações aproximando-as de um ou outro mmodelo. A aprendizagem ocorre a partir de situações reais e bastante diversas para cada um de nós...

E agora???

Se minha vida particular esteve bastante complicada, bom, então dediquei-me a escola e nela passava quase 12 horas por dia. E quando a gente se dedica assim, parece que tudo nesse lugar precisa dar certo. Mas, nem sempre as coisas são como a gente imagina que elas devam ser. Principalmente porque na escola, estamos convivendo com seres humanos, movidos por sentimentos e incertezas. Esta semana, enfrentamos vários problemas em nossa escola ligados a indisciplina e violência entre nossos alunos. E aí, parei e pergunto: E AGORA??? O que estamos fazendo de errado ou será que cabe a escola dar conta de toda essa questão que ultrapassa os muros da escola, permeia as famílias e todas as formas de relacionamento humano, a dificuldade de conviver e a violência gerada por essa dificuldade...

Buscando novos rumos...

Como educadora, sempre tive o hábito de me questionar. E foi a partir desse processo de contínuo repensar que construi meus conhecimentos acerca da aprendizagem. Foi essa inquietação no meu fazer profissional que me levou a iniciar essa graduação e hoje vejo que muito do que já fiz e pensei fez parte do meu processo de reconstrução. E percebo também o quanto essa graduação está sendo importante para que eu continue repensando diariamente a minha ação educativa, tornando-a fundamentada e não apenas baseada em minhas experiências.
Mas a vida às vezes nos desafia de uma maneira surpreendente, para não dizer de forma assustadora! Quando eu acreditava que todos os desafios que eu ainda queria enfrentar estavam na minha vida profissional, minha vida particular virou de ponta-cabeça. Por algumas semanas estive meio atordoada, tentando acompanhar as atividades... E agora, parece que as coisas estão se reacomodando, voltei ao meu blog e espero conseguir mantê-lo atualizado.

2009...

um novo ano, um recomeçar, um reaprender!

Vamos olhar um pouco para dentro de nós mesmos e também olhar com muito carinho ao nosso redor. Quem são as pessoas que me cercam? Como eu me sinto, como aprendo?? Como os outros aprendem?? Somos todos iguais na maneira de construir nossas aprendizagens?